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SORRISO DE AÇUCAR

 

Moça estranha aquela,

Que tinha um sorriso nos olhos,

Quando chegava até mim.

Parecia um sorriso sincero,

Mas, hoje, não penso assim

Lembrando daquele sorriso

E também do esquecimento

Dessa falta de atenção

E de outras coisas mais,

Do até breve, que eu já vou,

E do ôi!, que eu já voltei,

Que sempre nos fazem tão bem.

Hoje penso diferente:

Aquele sorriso de açúcar,

"Made in Germany", talvez,

Não é um sorriso da alma;

É um sorriso automático,

Programado pra sorrir

Como um forno microondas

Ou um "timer" de tv.

 

Por isso o que eu lhe escrevi

Desescrevo tudo agora,

Ou escrevo tudo ao contrário;

E se algo lhe entreguei,

Entreguei equivocado,

Que os endereços que eu tinha,

Com certeza estavam errados

E a moça, destinatária,

Hoje sei que não conheço,

Pois devo reconhecer,

Que tal moça é o avesso

Daquilo que um dia pensei

Fosse afeto e fosse apreço.





Wilson Melo da Silva Filho

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