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UM ENGENHEIRO EM CAPITULOS

7 - Do avião



 

E tens, também, lembranças amargas. As lembranças dos aviões.

Monstrengos tenebrosos, asas enormes e que não batem, lemes entortados,

Objetos inverossímeis, feitos para voar, aterrorizar e cair,

Sarcófagos voadores, onde te encerrastes tantas vezes,

Onde morrestes e ressuscitastes em cada subida e aterrisagem,

Voadores incompetentes, a corcovear por turbulências,

Trocando de lugar os estômagos e os cérebros,

De tantos irresponsáveis, que por ali se arriscavam,

Na esperança doida, e vã, de acelerar o tempo.

E, em cada medo de morte, te lembrastes, do Gasparian que se foi,

Nas asas da TAM, encontrar sua outra vida,

Deixando, em tua mente, a lembrança daquilo que dele ouvistes,

Que se, em instante certo, algo não foi feito, não há mais o que fazer;

E, se algo já foi feito, então, não há mais por que fazê-lo.

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