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UM ENGENHEIRO EM CAPÍTULOS
11 - Epílogo
E tu, antigo corredor de maratonas, hoje um tanto ou quanto bissexto
Ainda seguirás por algumas tantas trilhas;
E mesmo que, por ali, a Piedade não mais se veja,
Seguirá, dentro de ti, como serra mística de tuas esperanças,
Por todo e cada recanto, que ainda cortarás,
Pedra, asfalto, terra, chão batido, capim manteiga, riacho, areia, sei lá,
E será manhã, e será tarde e será noite; será sol e será sombra
E será quem te cerca, e será quem ficou do teu sonho, e será tua lembrança.
E será a mulher a quem tanto amastes e será a saudade infinita da mulher que não te quis.
E será o teu cansaço, e será o que fizestes, e será o que não fizestes e será o que não farás
Tua mão, então, te guiará. E escreverás. Uns tantos versos
Talvez um retrato. Um pedaço de um retrato teu
Um retrato que é teu, mas poderia ser de outro qualquer
Que todos os retratos, como todas as pessoas, são iguais, apenas diferentes
Como diferentes são todos estes versos, iguais a tantos outros, que ora se completam,
E, por se completarem, encerram e cerram tantas e tantas coisas
Coisas que, em teu coração, são fortes e, por serem fortes, por elas, de novo, uma nova vida há de se abrir
E por ser nova, e por ser vida, uma nova trilha há de se fazer
E por ser trilha, outros pés, outros sonhos e outras lembranças hão de se fazer,
Mesmo que, agora e sempre, esses pés, de novo, no teu coração, voltem a ser apenas os teus.
Wilson Melo da Silva Filho