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UM ENGENHEIRO EM CAPÍTULOS

8 -Daquela Mulher


E algo havia, que ainda não tinhas feito, mas era chegado o tempo,
Quando, entre tantos, te encantastes por um rosto de mulher
E já não querias que aquele rosto, como tantos, se fosse pela vida,
Que aquele rosto haveria de ser teu, que mais belo não conhecias.
Que aquele rosto, no teu coração, haveria de mudar teu rumo,
Que, sem aquele rosto, tua vida, já não mais se poderia fazer.
E tu te apaixonastes, e quisestes fazer coisas loucas, que louco estavas de amor
E na tua loucura percebestes que, nesses instantes, tantas vezes, o encanto se faz,
Que só na loucura se percebe, porque louco estás, o brilho, a cor e o cheiro da vida
Da vida que se reparte em duas partes, da vida que se apossa de todas as partes
E, então, és dela, e com ela querias fazer a festa imensa, da festa das tuas vidas,

Mas a vida tem vida própria e a vida daquela mulher não se fez na vida de tua vida.

Que teu corpo não se fez, no corpo daquela mulher,  que tua alma não soube se fazer na dela.

Que só quando os corpos se encontram, as almas se fazem, os dois são, eternamente, um do outro.

E não tens essa mulher. Para a alegria e para a tristeza. Até que a morte não vos separe

E tua casa, sem ela,  não é um lar, que um lar é mais que uma casa só, que um lar é aconchego
E no teu desaconchego sabes, que tu ainda a amas, que, por ela, te tornastes mais doce,
Naquilo que dizes e na vastidão do amor, que vos sai da boca, dos olhos, dos gestos e coração.

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