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UM ENGENHEIRO EM CAPÍTULOS

1 - INTRÓITO

Tu, antigo corredor de maratonas, que vais por essa trilha,
Onde tantas vezes correstes antes,
Trazes os pés vermelhos, dessa poeira enferrujada,
Que cobre, também, teu peito e braços.
A tarde que se faz, Piedade, ao longe e ao fundo,
Serra mística, onde tantos se esconderam e tantos pediram a Deus,
Quando foi o tempo dos medos e das aflições.

2 - PIEDADE

Não passavas de um jovem então,

Porque nada sabias, nada temias,

Revolução, Redentora, eu te amo meu Brasil?

Naquele tempo, nada daquilo te dizia nada.

E aquela serra apenas te apontava o céu

Onde, observador noturno, telescópio aos olhos,

Te jogavas ao céu, te misturavas às estrelas, que o universo era tua casa,

E te perdias por ali, ilha do presente, rodeado de passado, por todos os teus lados

E aquela Serra, oratório em minério e ferro, tua cama e altar por uma noite.

As estrelas lá no alto, pontos iluminados de cidades lá em baixo,

Ali flutuavas entre o sono e o céu,

Para acordares, enfim, para a vida que te esperava em frente.

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