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SOFÁ VERDE

 

 

Meu sofá, verde,
Num canto da sala.
Recebo visitas.
Algumas pensam;
Mas não dizem:
Verde, cor estranha,
Para um sofá,
Melhor seria,
Creme, quem sabe,
Mas esse verde,
Meio assim, meio pastel,
Não tem a menor importância,
Que um sofá não se faz,
Pela cor,
Que agrada a uns,
Outros tantos, não.
E um verde não se faz
Num sofá,
Meio verde, meio assim,
Parceiro dessas noites,
Em que, meio sem sono,
Mas, um tanto sonhador,
Sonho e penso em você.
Você, amiga,
Tão distante,
De um abraço,
Apertado,
De um beijo,
Emocionado,
Nessa Europa,
Onde nâo vou,
Que o caminho não sei.
O meu querer, contudo,
Diferente de mim,
Sabe onde chegar,
Que uma amiga,
Assim, preciosa,
Que me conta coisas,
Que aquecem o coração,
É amiga e é destino,
Do bem querer
E do obrigado.
Do saber ouvir,
Palavras, que escrevo,
Em tantas noites,
Pensativas,

E você, por aí,
Você tão longe,
Olhos imensos,
Sabe me ouvir

E sabe dizer
As coisas que dizes,
Diferentes, pra mim,
Mas que mostram,
Além dessas noites,

Meio insones, meio assim,
Que é possível,
Um amanhã de paz.



Wilson Melo da Silva Filho

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