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COPACABANA



 

Quanta saudade no coração,
Dos meus poucos trinta anos,
Dos tempos de Copacabana,
Inferninhos irresponsáveis,
Daqueles tempos sem AIDS.
Meu pequeno quarto e sala,
Alugado  da  dona Nair,
Na Raimundo Correa, 60.
As mentiras verdadeiras,
À verdadeira namorada,
Falsa como uma canção.
O meu carro envenenado,
Sem ar condicionado,
Mas muito bem equipado,
Com um lindo carburador,
Estacionado nas calçadas,
Da  minha Copa de então!
Quanta saudade no coração,
Sinto também por você,
Que me deixou por aí,
Me fez sentir  tão velhinho,
Quase morto de saudades,
Dos anos em que eu tinha trinta,
Sem, sequer, te conhecer.
Tão feliz, e eu não sabia,
Que, como um carro no asfalto,
Era livre e hoje não sou!



Wilson Melo da Silva Filho

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